PROCURANDO O CAMINHO

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Desigualdade

O Brasil continua entre os mais desiguais do mundo, de acordo com relatório do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), divulgado nesta sexta-feira.



Medindo o grau de desigualdade a partir da renda per capita, o índice de Gini para o Brasil é de 0,56. De acordo com a metodologia, quanto mais próximo de um, maior a desigualdade. O incômodo resultado é mantido mesmo depois de o País ter elevado o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) – de 0,71, em 1990, para 0,81, em 2007. Como quanto mais próximo de um, mais desenvolvido é o país, o Brasil entrou no grupo das nações com alto nível de vida.
No mundo, a base de dados do Pnud mostra que o país é o décimo no ranking da desigualdade. Duas ressalvas devem ser feitas sobre a pesquisa. Na coleta de dados, apenas 126 dos 195 países membros da ONU são levados em conta. E a comparação das informações é prejudicada, pois, em alguns casos, existe uma defasagem de quase 20 anos.
Na lista dos países mais desiguais pela medição de Gini, os líderes são Bolívia, Camarões e Madagascar (0,6), e Haiti, África do Sul e Tailândia (0,59). O Equador aparece empatado com o Brasil com um indicador de 0,56.
América Latina é a mais desigual

Na seleção dos 15 países onde a diferença entre ricos e pobres é maior, dez deles estão na América Latina. Os índices Gini para a região são, em média, 18% do que os da África Subsaariana, 36% maiores do que os dos países do leste asiático e 65% superiores aos dos países ricos.

relatório relaciona desigualdade a baixa mobilidade social. No Brasil, o nível de renda dos pais influencia a faixa de renda dos filhos em e 60%.
Nos países nórdicos, e no Canadá, a influência da situação familiar sobre as pessoas é de 19%. O relatório apontou que o acesso à educação superior é o elemento mais importante na determinação da mobilidade socioeconômica de uma geração para outra. No Brasil, o nível de educação dos pais influencia os filhos em 55%.



Educação e renda
A influência da educação dos pais no sucesso educacional dos filhos é pelo menos duas vezes maior na América Latina que nos EUA, onde a correlação é 21%.
"Estudos realizados em países com altos níveis de renda mostram que a mobilidade educacional e o acesso à educação superior foram os elementos mais importantes na determinação da mobilidade socioeconômica entre gerações", afirma o relatório.
Para o Pnud, a saída para resolver o problema da desigualdade na América Latina passa por melhorar o acesso das populações aos serviços básicos – inclusive o acesso à educação superior de qualidade.
O relatório diz que programas de transferência de renda, como o Bolsa Família e o Bolsa Escola, são "um importante esforço para melhorar a incidência do gasto social" na América Latina, sem que isso tenha significado uma deterioração fiscal das contas públicas.
No que diz respeito à distribuição [de renda], as políticas orientadas para o combate à pobreza e à proteção da população vulnerável promoveram, na prática, uma incidência mais progressiva do gasto social, que por sua vez resultou em uma melhor distribuição da renda”, comenta o documento. Com informações da BBC Brasil.

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...